A planta que nasce é poesia pura, É dengo, é ternura, é vil criatura Tal fosse um filho, um filho da gente Espera cuidado, é filho carente De luz, claridade, afago na alma Reclama, por certo, sossego e calma E por ser criança, aumenta a esperança O sol que ilumina também é o que aquece Que queima a planta e a planta fenece Um tanto de sorte a planta há de ter Pois nada garante que a vida ao nascer Não seja tolhida bem antes do tempo Nem sempre alheia a algum contratempo Sem ter proteção, não aguenta o verão Um broto que cresce, é vida que avança Enquanto houver vida, há de haver esperança A boa limpeza melhora o terreno Dá espaço e anima o broto pequeno Assim é o mundo, assim é a vida com pouca defesa – deve ser protegida Assim é o mundo, assim é a via.