Quando eu paro e penso, vou-me embora duas e meia; Meu corpo até “arripêia” de tanta “sastifação”. Faz um bom tempo que eu saí do meu barraco E é “Mió” deixar de papo, vou bater o meu cartão Lê, lê, enquanto “num” vem facão. Lê, lê, vou bater o meu cartão. Lê, lê, você sabe, sou peão. E é “Mió” deixar de papo, vou bater o meu cartão Quando eu paro e penso, pego amanhã cinco e meia Meu corpo “arripêia” com o frio da madrugada. Mas tá passando o tempo, tá chegando o fim de mês. Sorria minha moçada, “ô” o contra-cheque outra vez. Lê, lê, “ô” o contra-cheque outra vez. Lê, lê, “ô” o contra-cheque outra vez. Lê, lê, “ô” o contra-cheque outra vez. Sorria minha moçada holerite outra vez Essa moçada, quando chega fim de mês Nunca vi tanto freguês pra assistente social É uma loucura a fila na “infermaria” Nego deita, rola, chia, é um tal de passar mal. Ô minha fía, tenha santa “paciênça” Dê-me uma guia de “urgênça” para “quarquer” hospital. Ô minha fía, tenha santa “paciênça” Dê-me uma guia de “urgênça” para “quarquer” hospital Lê, lê, eu já “tô” passando mal. Lê, lê, “pressão arta”, coisa e tal. Lê, lê, glicose, colesterol. Se é picada de mosquito, não me venha com Sonrisal. Oh “sô” Doutor, eu já nem sei mais o que sinto. Um sintoma esquisito, medo da declaração. O meu remédio é só mesmo um atestado Pra abonar o pão do dia, meu domingo e feriado. Tenho um encontro com a justificativa Por isso o senhor precisa pagar meu remunerado. Tenho um encontro com a justificativa Por isso o senhor precisa pagar meu remunerado. Lê, lê, paga meu remunerado Lê, lê, paga meu remunerado Lê, lê, paga meu remunerado Por isso o senhor precisa pagar meu remunerado. Hum, Hum, aí, aí, hum, aí, aí , aí, aí.