O convite veio em silêncio, entre sombras e lembranças do mar. Me afoguei nos pensamentos, onde o tempo não sabe passar. Minhas pegadas dormiam na areia, fantasmas dançam, tentam falar. Sinto a calma e o peso do nada, um refúgio a me despertar. Há vozes no vento, me chamam pelo nome, dizem que há mais além do olhar. E eu me entrego — ao acaso e à tua mão, que a verdade me conduza, de volta pra mim. De volta pra mim. Um estranho espelho me observa, diz que escrevo o que o céu quer dizer. Será dom ou condena, essa febre de compreender? Pedi sabedoria aos meus guias, em silêncio, deixei acontecer. Pois de que vale o ouro, se a mente insiste em se perder? Há luz nos meus erros, disfarçada de dor, há cura em tudo que ardeu. E eu me entrego — ao acaso e à tua mão, que a verdade me conduza, de volta pra mim. De volta pra mim. Nada é por acaso, sinto o infinito respirar. Tudo o que vivi era um aceno, um eco a me guiar. E eu me entrego — sem medo, sem fim, que as ondas me levem, de volta pra mim. De volta pra mim... O lugar onde estou… não é onde pertenço. Mas sigo… até me encontrar.