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AltiVox

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Rock e Filosofia - AltiVox

Niilismo, eterno retorno, amor fati, vontade de potência, além do homem, dentre vários outros conceitos filosóficos, fazem parte do primeiro CD, intitulado "ouça algo diferente", da banda de rock AltiVox.

Dizem os jornalistas que todo bom texto deve conter: o que, quem, quando, onde, como, e por quê.

Não que eu farei um bom texto, mas vamos por partes.

AltiVox? Vox vem de voz, altivo de grande altura, elevado. Seria AltiVox referente ao vocal da banda? Não e não mesmo, soa até como piada e de muito mal gosto. Refere-se à altivez das vozes que deram origem aos primeiros CD da banda, não como cantores, mas como filósofos ou sociólogos como Nietzsche, Durkheim e vários outros.

O CD ouça algo diferente é uma reunião de várias letras com harmonia e melodia, escritas ao longo de anos por um médico cardiologista, baseadas na leitura, de forma apenas curiosa, de livros de filósofos como Schopenhauer e Nietzsche. À partir das sensações despertas por essas leituras, sempre acompanhadas de um violão, as músicas pareciam fluir, de forma natural, ganhando vida. As grandes dificuldades eram, e ainda são, a limitação vocal e pobre habilidade com o violão e a guitarra.

"Na verdade, nem sei porque essas músicas saíram do papel, ou melhor, do computador, protegidas por senhas e em pastas ocultas, como se alguém quisesse confiscá-las".
Afinal, quem iria querer ouvir músicas com palavras como "dionisíaco", "quimera", "dicotomia" ou "apetece"?"

Mas a cada férias de final de ano, aquelas músicas ganhavam "novas companheiras" e pareciam "gritar" para ganharem vida. Mas apenas com voz é violão, todas soavam muito parecidas, faltava um tempero, uma pitada à mais de rock and roll. Ou, como costumava dizer à minha esposa, me falta um Jimmy Page, para as músicas ganharem vida, ganharem cor.

Por dessas grandes coincidências da vida, o cardiologista descobre que um colega seu de trabalho era amante do bom e velho rock e músico com formação clássica e excelente guitarrista, um neurologista.

"Não contei à princípio sobre minhas músicas, ainda não tinha toda essa coragem, éramos apenas colegas de trabalho. Em outra coincidência, nos encontramos em Fernando de Noronha (janeiro de 2018), saímos uma noite e, eu que não bebo bebida alcoólica, aceitei uma taça de vinho, pouco tempo depois, parecíamos amigos de infância. AC/DC, Guns, Joe Satriani, Scorpions, U2 e vários outras bandas eram nosso gosto musical em comum".

Estava marcado um encontro, dois médicos, um cardiologista outro neurologista, professores no curso médico de uma mesma faculdade, fãs de rock, um, excelente guitarrista solo, outro que gosta de compor, seis meses após o encontro em Noronha se reúnem, na casa do cardiologista, e a primeira música estava gravada com guitarras, baixo, voz e metrônomo, não tinha baterista. A solução foi mandar a música para um baterista de estúdio, em São Paulo, fazer a gravação. Estava pronta "Dia D'alma Cinza". E que solo do nefrologista.

E assim, ganharam vida "Fora da Caverna", "Amor Destino (dionisíaco sim)", "tempo castigo", "Presente Agora", ganhou vida o CD "ouça algo diferente".

Já que algo deve ser feito, deve ser feito do jeito que achamos que deve ser. Na verdade, não foi a composição de um CD, tenho mais de 100 músicas escritas já com harmonia e melodia mas cerca de 40 constituem uma trilogia, 3 CD que se completam, o primeiro, ouça algo diferente, mostra a história de um ser humano triste, preso em uma caverna, sozinho, nas ilusões da vida, dos amores e ao senso comum, que aprende alguns conceitos como eterno retorno, amor fati, vontade de potência, niilismo e super-homem.

Com esses novos conceitos, "sai da caverna" e aprende a comandar sua vida e questionar o mundo ao seu redor e, através do Rock, no CD 02 (Re-Voltar), coloca o dedo em feridas sociais, baseado em conceitos de Weber, Durkheim e Marx. Re-Voltar aqui tem duplo sentido, além revolta, também tem o sentido de "voltar novamente" o rock, com suas músicas de inconformismo, de revolta, como grito da juventude.

Depois de aprender e se revoltar, as coisas não mudam (talvez por isso o rock esteja já cansado, com a voz fraca e sem energia, um senhor de 60 anos, não é mais como antes). Surge o terceiro CD da banda, "Solução Amar". Acho que a solução é mesmo "o amor como forma de curar nossas dores", o amor em suas diversas formas.

Por que fazer música, tocar rock e gravar um CD? Não sabemos bem a resposta, médicos tímidos, vida corrida entre consultas e aulas na faculdade, compromissos familiares e muito, muito estudo, fazem o que gostam, um, escrever outro, tocar guitarra.

Algo à mais? Certamente não, é prazer mesmo e apenas. O neurologista tem formação musical, já participou de bandas, já subiu em palcos para tocar na capital mineira, já quis ser músico. Aprecia um bom vinho e gosta muito de música clássica.

O cardiologista, aprendeu violão e guitarra para tocar na igreja. Nunca estudou música, nunca havia estudado canto nem subiu em um palco. Não faz uso de bebida alcoólica, nunca usou drogas e não tem tatuagem, gordo e de óculos. Faz atividade física e não gosta de palavrões. Não é roqueiro de verdade.

Médicos nerds (ou mais "modernamente" falando, geeks) fazendo rock com conteúdo filosófico/sociológico, não passa apenas por hobby, mas pelo dionisíaco sim, pelo fazer o que os apetece! Isso não vende, não é consumido, não somente pelo fato de o Rock estar hoje no underground, a juventude ter novos gostos e não trazer mais o senso de revolta, mas pelo fato de não serem músicos profissionais, não poderem dedicar à música e não conseguirem viver de música.

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