1. VERDINO – EU&EU MERMO CRIO o chão rege os passos, serve de alicerce à raiz/ e a terra pulsa, tipo sinapse, mostra a matriz/ pra que eu finque meus pés e enxergue bem lá fora/ pra que eu saque de longe a malícia, elevando meu espírito pra abrir as portas/ maior parte lacrada e a city é o que grita o beat/ o freestyle é diário, nois conectados, encontrar as chaves é o ringue/ meu time é eu&eu mermo com a visão turva/ sei que os por mim de verdade conto numa mão só, até mermo se eu fosse o lula/ sirenes é que dão o ritmo cívico, então, carbura/ alívio é quando é uma ambulância e não uma viatura/ beijo meu patuá e lembro da oração da zezé/ pra que no mundo imundo dos bancos eu me mantenha de pé aqui/ iluminado e disposto, às vez meio louco tento distinguir a miragem/ rimando sozinho na rua, firme na postura, lugar onde os extremos cabem/ ou mais... rimo com as palavras que às vez nem tem graça/ pixal, terror da capital, que nem o skate, o break e o freestyle na praça/ o hip hop ocupa, burguês atrás do fumê caga na calça/ prefere a perifa lambendo e polindo as suas privadas/ só que dessa vez não.../ intervenções sonoras, intervenções visuais/ intervenções no espaço, intervenções rituais/ intervenções urbanas, intervenções tribais criminais/ algumas transgridem a santa propriedade privada dos marechais/ e elevam o espírito dos irmãos/ a busca é a utopia da iluminação/ pra tentar enxergar na névoa onde os sãos estão loucos e os loucos estão sãos/ irmãos, muita atenção na busca da projeção/ pois a expansão da consciência não é o pique do mundão/ aprimoro o dialeto escrevendo versos durante a madruga/ e vivo o meu processo de morte, não sigo na sorte, tô só passando como a chuva// passando, como a chuva... dançando (4x)