JEMP Eraldo Machado e Isaac Soares de Souza Mamãe, não enche tanto Não me fale de estudo ou de trabalho Pra vencer na vida já escolhi a minha profissão preferida Não preciso de Estudos Nem preciso trabalhar Papai, dá um tempo Você conhece bem o seu rebento Embora meio burro e raquítico, papai, eu quero ser político Ganhar grana fácil Altos salários Vagabundear Ter poder com o dinheiro do eleitor otário Sacanear o proletariado Mamãe, eu vou ser vereador Nunca me importar com a dor do otário eleitor Depois eu dou um jeito Logo serei prefeito Vou desviar muito dinheiro Quem sabe serei deputado Secretário de estado Senador, Ministro e depois que eu fizer parte desse Cartel sinistro Montanhas de dinheiro eu vou mandar prum paraíso fiscal E o povo que se exploda sem saúde, sem educação Basta pão e circo Pra alimentar o ego de quem me elegeu Pra eles, eu sou um Deus Eles não sabem de nada Eles não sabem de nada Acreditam que o voto é um sinal de patriotismo Vou mentir, roubar e desviar Serei protegido pela lei que endeusa bandido Foro privilegiado Imunidade parlamentar Nada pode me deter Ninguém pode me prender O STF garante a minha liberdade Se eu for parar atrás das grades Nada pode me deter Ninguém pode me prender Mamãe, mamãe! E o povo alienado continuará acreditando em mim Mais bandido do que eu é o eleitor que me elegeu Ele sabe que não valho nada Mas acredita que a Pátria amada Sem o voto dele, não é nada O voto do cidadão é o que desgraça o rumo da nação E o político deve mesmo ser endeusado O eleitor é o único culpado, pois criou a nossa profissão Enchemos os bolsos e os cofres de dinheiro Enquanto o eleitor trabalha feito boi, mal come feijão com arroz Somos santos, sim senhor Culpado de todos os crimes é o eleitor Eles não sabem de nada Eles não sabem de nada Mamãe, mamãe!