Alma escrava e olhos calmos Condenados a dever sem encarnar Juiz de deuses ou algoz a humanizar? Roubaram sua oração Roubaram também a atenção E o canto torto deu lugar a inssurreição Me coloquei contra os metais Frente aos anjos e aos mortais Mentiras santas entre os homens e os animais Com um sorriso enfeitado Dentre os lábios congelados Habitados com o desespero do desesperado Não se espante meu irmão Um dia tudo vai passar Se não podem entender Também não podem se assustar E o peito apertado Do que nunca aconteceu São os olhos atormentados Com o anseio de chorar E o vazio pelo quarto É um corpo a me abraçar Ainda temos muitas praças Muitas léguas, por andar.