Bailezito da Serra Final de tarde o meu baio estradeiro Já sente o cheiro de um baile bem botado De cola atada num trotezito chasqueiro Mascando o freio no rumo do povoado Sou peão de estância esse é o meu ofício Carrego o vicio de china e cordeona A minha pilcha trato sempre com capricho E o olhar espicho para uma querendona Quando escramuça uma cordiona da minha terra Bailezito aqui na serra a indiada se espalha na sala Gaita baguala nos baixos marcando o xote E a prenda dando um pinote me abana as franjas do pala De madrugada a farra segue animada E o meu pala todo tapado de poeira Eu por pachola danço afigurado Xote solado, chamamé, rancheira Rompeu a aurora já me aperta o peito No lenço o cheiro da flor do rincão Alço a perna e tranqueio pra estância Com a morena no meu coração