Que O Tempo Tombou (Ao Vivo)
Composição: Edison Suíta.Há muito venho pensando
Neste vai e vem de ganância
Vim ver meu rancho tapera
E o que sobrou, da estância
Cambona gelada, e um fogão atirado
Vidraça partida, lamparina apagada
Morada vazia, carreta em pedaços
Cachorro solito, farejando a estrada
No campo vi marcas, de patas afundadas
Se foi o gado, para o lote dos fundos
Morreu a pastagem, aguada secou
E o velho caseiro, caserear noutro mundo
Um pelego rolando que o vento jogou
O jugo deitado que o fogo queimou
São marcas de um tempo, de um lugar esquecido
E um arame rompido que o tempo deitou
Opacas vertentes, com águas escassas
Uma bolsa de lã, com ossadas espostas
Figueira caída por cima do rancho
Me faço perguntas, não tenho respostas
Cadê os braseiros, que aqueciam as noites
Não vejo cambichos, forjados nos mates
Sumiram os bolichos, de beira de estrada
Por onde andam os heróis? E suas bravatas
Voltar pra estância que um dia foi berço!
Olhar pro galpão, ver o mato em volta!
A emoção transborda criando revolta
Porque quem ficou! Abandonou a escolta
Quem volta sofre outra vez
Quem buscou nas garras
A esperança de voltar pra lida
Vê hoje o campo servindo! De assentamento