Personagens saem de mim e não gritam seus nomes Não tem lista de chamada pra gênese infinita Não sei quem é quem, embora saiba quem eu sou hoje Um deles insiste em dizer tocando no meu rosto "Eu vou beijar os seus olhos até você ver melhor" Num espasmo sai uma presa Sem pressa, à deriva, à beira de ser devorada E eu de longe senti a mordida, que nela foi inteira E em mim é só uma marca Para a presa não há maca, nem retorno Ela vaga, só outono Folha laranja caída e pisada Árvore pelada cantando inverno Tantos saem, tantos caem, tantos varrem E o que fica, é só carne Beija meus olhos E o que fica, corpo Beija meus olhos E o que fica... Beija meus...