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Jorge Claudius

Jorge Claudius

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Cidade/EstadoRio de Janeiro / RJ
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Geni E O Zepelim

Composição: Chico Buarque de Holanda.
Um dia surgiu brilhante Entre as nuvens flutuantes Um enorme zepelim Pairou sobre os edifícios Abriu dois mil orifícios Com dois mil canhões assim A cidade apavorada Se quedou paralisada Pronta pra virar geléia Mas do zepelim gigante Desceu o seu comandante Dizendo mudei de ideia Quando vi nesta cidade Tanto horror e iniquidade Resolvi tudo explodir Mas posso evitar o drama Se aquela formosa dama Esta noite me servir Essa dama era Geni Mas não pode ser Geni Ela e feita para apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni Mas de fato logo ela Tão coitada e tão singela Cativara o forasteiro O guerreiro tão vistoso Tão temido e poderoso Era dela prisioneiro Acontece que a donzela E isto era segredo dela Também tinha os seus caprichos E ao deitar com homem tão nobre Tão cheirando a brilho e a cobre Preferia amar com os bichos Ao ouvir tal heresia A cidade em romaria Foi beijar a sua mão O prefeito, de joelhos O bispo, de olhos vermelhos E o banqueiro, com milhão Vai com ele, vai Geni Vai com ele, vai Geni Você pode nos salvar Você vai nos redimir Você dá pra qualquer um Bendita Geni O meu amor, tem um jeito manso que é só seu E que me deixa louco, quando me beija a boca Minha pele toda fica arrepiada E me beija com calma fundo até minh'alma Se sentir beijada O meu amor, tem um jeito manso que é so seu Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos Com tantos segredos lindos indecente Depois brinca comigo, ri do meu umbigo E me crava os dentes O que será? Que será? Que vive na ideia desses amantes Que cantam os poetas mais delirantes Que juram os profetas embriagados Que está na romaria dos mutilados Que está na fantasia dos infelizes Está na alegoria das meretrizes No plano dos bandidos, dos desvalidos Em todos os sentidos, será que será? O que não tem vergonha, nem nunca terá O que não tem censura nem nunca terá O que não faz sentido? A gente vai contra a corrente Até não poder resistir Na volta do barco é que sente O quanto deixou de cumprir A gente quer ter voz ativa E no destino mandar Mas eis que chega a Roda viva E carrega o destino pra lá Deixa em paz meu coração Ele é um pote até aqui de mágoa E qualquer desatenção, faça não Pode ser a gota d'água

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