Uma ponte entre o nada e o lugar algum (Paulo Valle e Léo Nascimento) O que muito me admira é saber Que esse olhar que me mira Atira o que há de mais vago Mas inspira todo amor que trago E o estrago que deixou no coração Fez fazer essa canção Entre o não e o sim, se perdeu o talvez Mas refez um novo homem em três Não espere poesias nem o doce ar das maresias Pois os dias se passaram como meses E as vezes os sonhos não são lembrados Todas as esperanças jogadas de lado No mar gelado das ilusões As palavras que bailaram em vão E nada foi dito então Há tensão em tudo que for leve Se for pra magoar, releve Deixe estar como ficou Embora diferente, nada mudou Restou apenas o que foi feliz Então me diz o que que foi que eu fiz Agora espere um pouco, antes que eu fique louco Que um grito rouco pode te calar E o colar que te dei, jogue fora Pois fui embora e não vou mais voltar Pra esse lugar de ilusões