Entre milhões e milhões de quartos Espalhados por aí Cá estou eu tentando entender o motivo disso tudo Buscando um sentido para minha vida Já que tudo foi interrompido Tentei me ocupar, tornar esse tempo proveitoso Ou, como costumam dizer, manter a produtividade Mas simplesmente não deu pra mim Eu sucumbi. Após algumas crises de ansiedade, apertos no peito Eu busquei um outro ângulo sob o contexto em que vivo E decidi focar apenas em mim mesmo Em manter a minha mente sã E, aos poucos, confirmei no meu coração O quanto a arte é importante para mim O quão gostoso é sentir o cheiro da alvorada Mesmo que da janela O quão belo é o canto dos pássaros E o cair da chuva. Eu gosto do que é belo, simples e puro E a arte faz parte da minha essência Jamais poderia ter esquecido de quem sou Muito menos ter desistido dos meus sonhos Só porque eles não seguem o caminho convencional que os padrões sociais ditam Pois estou aqui agora, pleno e ciente desse propósito E mesmo diante da incerteza do futuro De uma coisa eu sei A arte vive dentro de mim, e isso me faz sentir infinito No meu quarto foi onde tudo começou Onde vivo meus piores e melhores dias Sobrevivendo aos contextos mais improváveis Mas também sei de outra coisa Que mesmo estando dentro do meu quarto Sei que posso colorir o mundo.