[Verso 1] Eu sei quem tá na sede Quem é menino e quem é homem E eu tô no sigilo pra eles Nunca decorar o meu nome Devagar nessa avenida Longe da atenção dos drone Onde trairagem é uma dívida E a vingança sempre tá com fome Do lado de cá do para-brisa O motorista nunca se esconde Porque boca suja de parasita Nunca que vai sujar o meu nome Eu sou o poema dessas ferida Entre a alma e o microfone Entre a vingança e a despedida Eu sou a brisa, eu sou o ciclone E eles até se esconde Mas depois das duas, qualquer vacilo é sentença É quando safado sobe E as safada senta Moça bonita me dá sorte Me envolve nesse problema Entre a cobra e o bote Eu sou o veneno dessa doença Ninguém quer ler a poesia da morte Deus, meu coração é a minha maior algema Minha mente é o meu passaporte Minha vingança é meu maior dilema Bahia é a minha casa A fé da coroa é o meu maior emblema O ritmo das asas De quem cuida dos meus problemas Pensa no risco [Verso 2] Pensa no risco Pra quem gosta de viver Morrer é prejuízo Mas o menino tá arisco Tão calculando a incerteza Sem visar o prejuízo E eu sei disso Por isso eu nem me envolvo Tão plantando algema Querendo colher ouro Ate o Seu Francisco sabe Do corre dos louco O foda é pagar de lobo Mas agir como um porco E eu tô limpo até o pescoço Nesse mundão assustado Mas o veneno da vida Ilude meu corpo cansado Engenheiro das despedidas A morte não manda recado A pior dívida é aquela que você paga Com o joelho dobrado Vendo o que eu não devia ver O som alto ilude os problemas De quem não sabe sofrer E o que devia te assustar Foi o que te fez viver Ressaca da alma é foda Mas eu não paro de beber Corações na mesma órbita Mas o egoísmo sempre vem pra foder E eu, já que fui tão idiota Até hoje não aprendi a viver A boca de Deus só fala O que é preciso de dizer As vela que eu acendi Só ele sabe o porquê