Diz-me o que é que se passa na casa Ódio, rancor e desgraça Um cuspindo na cara do outro Nojo espalhando de raça pra raça Poesia da bíblia escrita aqui dentro não vale nada Não é sagrada então a palavra quando ela é lida é uma lenda contada Escuta a poesia oculta blasfêmia de um filho da puta Pra ver quem que tem mais almas calma pedida de maneira bruta No inferno onde Cristo me disse Paraíso onde o Lúcifer viste Onde a dor da arrancada das asas é a mesma dor da arrancada dos chifres Deus me livre Sem benzer sem rezar lá lá lá lá lá Subir no altar Nós subimos mas temos vertigens Eram putas nuca foram virgens Afinal as bruxas eram santas dessa forma a palavra te atinge A gente não finge de escuro se veste Calamidades de um cabra da peste Conspiradores contra o vosso templo Todo de branco persegue o herege Remanescemos em dias de hoje Andamos em grupos selectos Numa via de regras do oculto Nosso socialismo é secreto Sentiu a presença então corre Vês o demônio em meus olhos não me olhe Criança de ouro com sua alma pobre Advinha você o líquido que escorre pro esgoto Vermelho é a cor do meu choro No inferno gostando do fogo Entrego meu espírito e fico com o corpo Cantando eu to dando a voz pro sufoco Que nojo que sinto as vezes da vida Minha cruz ela é invertida Traz pra frente a história ser escrita Dando a luz a canção mais maldita na fita Em sofrimento me afundo Submerso no meu submundo Purificando nesse meio impuro Cavo um buraco e me escondo no fundo Segue tambores da marcha fúnebre Meu coração é uma bola de neve Meu pensamento é o lugar onde ferve Monstro que come e que cresce de noite Chamas brilhando nos olhos Planto minha árvore e nela me enforco No meio de seres comuns eu sou próprio Eu transformo em cinza vossos oratórios Escuta a poesia oculta blasfêmia de um filho da puta Enchendo de gritos o silêncio Sim enchendo de gritos o silêncio No inferno onde Cristo me disse Paraíso onde o Lúcifer viste Onde a dor da arrancada das asas é a mesma dor da arrancada dos chifres Deus me livre