Silêncio Ancestral
Composição: LUCAS POLONIA.SILÊNCIO ANCESTRAL
(LUCAS RIOS)
Tem coisa que não morre em som
Só pulsa no fundo da carne
Foi enterrado pra virar raiz
Mas ninguém consegue calar o que arde
Eles pensam que silêncio é fraqueza
Mas é só a raiva aprendendo a respirar
E cada pedra que guardou uma prece
Bem Agora que eu quero voltar a falar
Eu sou o silêncio que moldou a pedra
O canto proibido nas margens da regra
Não fui escrito — fui cravado na dor
Sou voz ancestral: sem tempo, sem cor
A história foi escrita com tesoura
Mas o corte sangrou poesia
E os que nasceram na beira do altar
Foram os que incendiaram a liturgia
Não tem altar pra quem veio do chão
Só cicatriz virando hino
E cada vez que disseram “não”
O meu corpo entendeu: destino
Eu sou o silêncio que moldou a pedra
O canto proibido nas margens da regra
Não fui escrito — fui cravado na dor
Sou voz ancestral: sem tempo, sem cor
Ficou guardado nos ossos
No olhar de quem não cede
No peito dos esquecidos
No tambor que ninguém mede
Eu sou o silêncio que moldou a pedra
O canto proibido nas margens da regra
Não fui escrito — fui cravado na dor
Sou voz ancestral: sem tempo, sem cor

