Orquestra Visceral

Orquestra Visceral

EstiloRock
Cidade/EstadoSão Gonçalo / RJ
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Baile Das Lamentações

Composição: Tiago Barros.
No véu das horas tortas eu tentei me esconder, Mas o eco do teu nome não queria se calar. Cicatrizes em espiral dançavam na pele, Um ritual sem fim, feito só pra me lembrar. E o tempo — esse carcereiro — Dobrou-se em nós como um fio incendiado. Eu tentei fugir do espelho, Mas vi tua sombra, intacta, ao meu lado. Posterguei a imensa dor que nasceu do nosso amor, Como um grito que afunda nos ossos sem ruído. Me dissolvo na fratura desse ardor, Navegando no abismo que deixaste escondido. No deserto das promessas, construí um altar de sal, Esperando por um milagre que tardava a respirar. Cada gesto teu virava uma tempestade mineral, E eu me perdia em sigilos que não consegui decifrar. Mas os astros, desobedientes, Insistiam em traçar teu nome nas constelações. Eu fechei os olhos na contracorrente, Mas o mundo girou pra dentro das minhas pulsações. Posterguei a imensa dor que nasceu do nosso amor, Como um canto quebrado entre o céu e o torpor. Eu me curvei ao peso desse fulgor, Sabendo que a queda era o nosso último favor. Se eu pudesse desfazer o mapa das marés, Voltaria ao instante em que te vi sem me perder. Mas a maré é um vício que não retrocede E leva contigo tudo o que não quis entender. Posterguei a imensa dor que nasceu do nosso amor, Mas ela volta, faminta, pedindo o que restou. No sussurro das ruínas, ouço teu calor — E o silêncio, enfim, me diz: quem somos nós, se não a dor?

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