Ciclos De Um Escorpiano
Composição: Tiago Barros.O alarme grita o ciclo, mais um loop de carne e metal,
Guerreando contra o sentir, um coração em exílio vital.
O bicho-papão fareja o medo — corro entre as veias da manhã,
Em cada esquina, um espelho, me pergunta: “Quem é que ganha?”
Desperto o sono das utopias,
Adormeço a fé no amanhã,
Sou refém do crime que o tempo arquiva,
Sou passageiro da cidade que ela chama de coração.
E eu corro — mas não chego,
Grito — mas não sangro,
Nas profundezas escorpianas do meu ser,
A paixão é veneno que implora pra renascer.
Fiz tudo conforme o roteiro divino,
Acendi velas no altar das intenções,
Mas a chama, ao invés de me guiar,
Queimou as pontes entre razão e emoção.
Na casa dela, o tempo me trancou,
E o amor virou mobília — tão bonita, tão fria.
As paredes sussurram o que o futuro negou:
"Os olhos inventam o que o peito implora pra ver."
Mesmo assim... eu não entendo!
O fim soou, mas o corpo não obedece.
A alma insiste em ficar —
Mesmo quando o trem já parte sem olhar pra trás.
“Foi aqui... foi aqui...”
“Eu vi o coração dela bater dentro do meu erro...”
Meu coração — domado pela razão,
Deixou pegadas na casa que já não me pertence.
E eu pergunto ao espelho:
Por que não consigo ir embora?
