Orquestra Visceral

Orquestra Visceral

EstiloRock
Cidade/EstadoSão Gonçalo / RJ
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Filha De Yansã

Composição: Tiago Barros.
Ela irrompe no meu campo pacífico, um surto luminoso rasgando o templo onde me escondi. Sua dança convulsa desperta o coração adormecido, batidas que soam como trovões que nunca ouvi. Trouxe-me vida quando eu só tinha poeira, costurou o ar nos meus pulmões quando as esperanças já tinham derretido. Perdão — por não dizer o que fervia em mim no instante exato em que o destino pediu coragem. Sabia que nossa história vinha com validade curta, e dói saber que você não passeia mais pelos corredores vivos dos meus dias. Queria te dar tudo que o mundo te negou, queria ser tudo que teu espírito um dia buscou. Escrevi poemas como orações em combustão, pedindo à vida que tão pouco oferece uma nova chance pra nós dois. E me calei — me calei quando disseram que minha devoção era obsessão, que meu cuidado era perseguição. Nunca, nunca feri tua liberdade — ela sempre foi meu altar. Você é um sopro de caos, filha de Yansã. Você é a minha terceira guerra mundial. Por você, posso até me render… e sem sofrer. Teus ventos quebram as janelas da minha razão, e ainda assim me sinto mais vivo no furacão do que na paz. Teu nome ainda ecoa no aço das madrugadas, e cada eco abre uma fenda onde caberia um universo. Se o tempo fosse menos cruel, seríamos tempestade e farol ao mesmo tempo. Mas o relógio devora tudo — até o que nasceu com brilho eterno. Sopro — chama — corte — vendaval. Teu movimento contorce o céu. Teu riso invade a espiral. Grito preso — víscera tensa — minha pele ainda guarda o sinal. Oh filha do vento, queimando as horas num redemoinho fatal. Você é um sopro de caos, filha de Yansã. Você é a minha terceira guerra mundial. Por você, posso até me render, entregar o peito, perder o chão — e sem sofrer. E sem sofrer.

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