Águas De Maio
Composição: Pedro Munhoz.Águas de Maio
(Pedro Munhoz)
Foi pau, foi pedra, foi o fim do caminho,
Foi redemoinho, foi gente por diante,
Foi chuva, foi vento, foi a criação,
Foi a plantação, o peão, retirante.
Saudade de tudo, sobrou quase nada,
Nem beira de estrada para esperar,
Querer regressar e a água batendo,
Cuscada lutando pra não se afogar.
Foi pau, foi pedra, foi o fim do caminho,
Chorando baixinho, criançada dormiu,
Riacho subiu na periferia,
Nada sobraria, tudo virou rio.
A esquina, a escola, o que será do amanhã?
Notícias irmã, diga lá como está.
Vai melhorar, ouvi no noticiário,
Santinha e rosário pra nos ajudar.
Foi pau, foi pedra, foi o fim do caminho,
Tanto desalinho, cobiça, avareza,
Tanta esperteza, tanto desrespeito,
Mexeu de jeito co’a Mãe Natureza.
Quem fez esta conta discursa bonito,
Ignora os aflitos, pedindo paciência,
Não sabe a urgência do campo e cidade,
Navega em vaidades e incoerências.

