(Intro – falado com raiva) Aviso dado: isso aqui não é pra agradar. É pra incomodar, pra ferir ego, pra bater na mente. É rap, porra. Sem maquiagem. (Verso 1) Minha rima é faca, tua pose é papel, Cês falam de guerra, mas só postam no céu. Na quebrada é real, não tem figurante, Quem não corre morre, quem mente é distante. Cês querem o quê? Flow bonito? Sorriso? Aqui é dente quebrado e olhar indeciso. Vi irmão tombar com tiro na nuca, E cês falando de drip e de puca. (Refrão) Isso é soco na cara, sem filtro, sem dó, É o grito do gueto cuspido no pó. Se o mundo é sujo, minha rima é lixo, Mas tem verdade demais pra virar feitiço. (Verso 2) Cresci ouvindo "não presta, vai ser ladrão", Mas hoje sou microfone, veneno e visão. Cês falam de vida, mas nunca sangraram, Mamando em pai rico enquanto outros choraram. Se eu sorrio, é trincando de raiva, Porque a vida só veio com dívida e trava. Minha arte não é prêmio, é sobrevivência, Se não entende isso, cê vive em decadência. (Refrão) Isso é soco na cara, sem filtro, sem dó, É o grito do gueto cuspido no pó. Se o mundo é sujo, minha rima é lixo, Mas tem verdade demais pra virar feitiço. (Outro – beat pesado, sem esperança) Não espero salvação, nem contrato, nem like, Só respeito na rua, porque o resto é fake. Rap é guerra. E eu tô pronto.