História de uma serra pra esse povo eu vou contar Linda e verdejante era o horizonte do despertar Nela tinha tanta coisa quase não dá pra contar Jaguatirica, lobo do mato, papagaio e sabiá Tatu bola, macaco aranha, pintassilgo e tamanduá Nela tinha tanto céu de um azul de se espantar Lagoas limpas, rios e cascatas com água doce pra se banhar Fauna, flora em perfeita harmonia até não se via o dia passar E chega o homem nessa serra trazendo a tal ciência E começa a devorar a mata com seus dentes de metal Botando fogo em tudo Fazendo muito lixo Construindo estranhas coisas Matando pra não comer Botando fogo em tudo Fazendo muito lixo Construindo estranhas coisas Matando pra não comer E um canto triste ecoou naquele lugar Quanta tristeza, quanta tristeza A mão do mato pôs-se a chorar, a chorar Vendo o fim dos seus filhos, dos seus rios, dos seus filhos Hoje abandonada não tem ninguém que nela quer morar Não sei se por ironia do destino ela vai desabar Desabar Desabar Nela tinha tanta coisa quase não dá pra contar Jaguatirica, lobo do mato, papagaio e sabiá Tatu bola, macaco aranha, pintassilgo e tamanduá Nela tinha tanto céu de um azul de se espantar Lagoas limpas, rios e cascatas com água doce para se banhar Fauna, flora em perfeita harmonia até não se via o dia passar