Laécio Lima

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Cidade/EstadoPiritiba / BA
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Ciranda na Tarja Preta (Poesia)

Composição: Laécio Beethoven.
CIRANDA NA TARJA PRETA Laécio Beethoven I Ornato de pintura em borda de; Traço; manto lutuoso; sucumbir; Linguagem de censura ou pode ser Mistério que acoberta o bom porvir. Depois de o dicionário descrever, Nenhuma cor viria lhe colorir, Mantendo tal conceito. Quer dizer: O preto traz um "quê" dentro de si. Comum nomenclatura não formal, Conduz à tarja preta algo imoral. Impreterivelmente, lembra dor. Ao perceber, por um dos mil sentidos, O pensamento logo é conduzido A imaginar menor, senão, doutor. II __ Oh! Rótulo carrasco diretor! Fartáveis preconceitos e suplício! Dão-lhe sem ter remorso nem pudor (...não fosse a caridade de um mau vício...) A um mero risco tão voraz calor. Sem chance de defesa dá de início, Papel protagonista "dublador" A quem é figurante por ofício. Pois, de "cronicidade" e de exaustão, É fácil decorar, com precisão, Diversos escalões de tolerância. Seria também lilás feitor perfeito, Ou antídoto pra mal de preconceito, Independentemente da arrogância. III Neurônios problemáticos, em marcha, Conhecem a ciranda na questão. Enquanto o comodismo se relaxa, Internalizam a interrogação: Qual timbre e qual largura de uma faixa Na caixa de um ricaço sem noção? Teria nesta receita de bolacha A fórmula do pobre sem razão? Carece beber chá conquanto desce O preço na farmácia. Se padece, A febre da miséria contagia. Nas dependências tóxicas brutais, À base das tais "ínas" sufixais, Que nem penicilina em nevralgia! IV Existe um santo amor de cor anil. A paz serena, verde bandeirada. A guerra revelou-se avermelhada, Contrária de amarelo do Brasil. Há céu, estrela e mar de cor sutil. Teria, da fome, sombra amarronzada. À droga, sua pintura desbotada! Pra o sol, nenhuma cor melhor surgiu. Ao chão, pra resgatar o seu respeito, O cinza não será mais tom perfeito. O musgo vestirá a terra-carvão. As cores das cidades, com certeza, Solenemente vão ganhar beleza Se, em branco, colorar a poluição. V Segundo algum provérbio bem antigo, Deus marca para não perder visão. Não sendo decompor, definição; De o verbo peneirar é, pois, abrigo. A tarja que se molda no perigo, Também pode exprimir a proteção. Os rios, da abominável erosão. Um ninho de canário do inimigo. Por fim o sim e o não, buscando jeito, Encontram urupema no conceito. O luto, por essência é descontente! Não retratando raça, mas sim cor, Peneiração da tarja faz tutor Meu décimo terceiro descendente. VI A venda do desdém na face humana, Cobrindo-lhe nos olhos, reduz a alma. É causa sim, de choro, não de palma, Quanto ao não permitir à mente insana Notar que tem criança em rua "fulana", Dormindo na calçada (...perco a calma!) Com cachorros leprosos (...Oh! Que trauma!). A imagem dessa nata tão tirana Reflete nas feridas de tais cães. É mácula de várias gerações, Como se Deus tivesse tal defeito, Deixando que fabriquem desses ossos Escadas pra sonhos e, sem remorsos, Anulem a conquista do direito. VII Direito de ir e vir ou de ficar; Vantagem de amar e ser amado; Perdoar e de ser logo desculpado; De confundir, em vez de detalhar; Usar da faculdade de pensar; Dizer seu verso branco, não rimado; Cantar, mesmo que bem desafinado; Dançar, embora não possa escutar. Sentir o sol secando o orvalho frio! Andar ao longo curso desse rio Que todos chamam-lhe: verbo viver! O que não for subir será descida. Repito sem pudores: Vida é vida! Algum liberto é doido de morrer? VIII A tarja dos escravos foi a corrente. Foi do indigente o véu da mendicância E do homem sem moral, sua mortal ânsia. A flâmula do arco-íris, a da gente. "__ A raça humana bem mais sorridente! Os mundos sem terror a toda instância! Os Deuses em eterna vigilância! Os sete mares numa só corrente!" A luz que forma as cores na memória Acende o "sonho-facho" na história E nada é mais do que sessar padrão. A fala se "assenhora" da palavra, Na trava derradeira. "Abra-cadabra"! __"A vida não tem contra-indicação!"

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